O Brasil contabilizou 6.490.399 autuações por infrações de trânsito apenas no mês de fevereiro de 2025, segundo dados do Renainf.
O Brasil contabilizou 6.490.399 autuações por infrações de trânsito apenas no mês de fevereiro de 2025, segundo dados do Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf). Isso equivale a uma média de mais de 9 mil infrações por hora em todo o país — um número que impressiona e preocupa.
Entre os principais motivos estão três comportamentos que, além de ilegais, representam riscos reais à segurança viária:
- 1. Transitar em velocidade até 20% acima da permitida;
- 2. Ultrapassar o limite de velocidade entre 20% e 50%;
- 3. Avançar o sinal vermelho.
Essas infrações estão entre as mais registradas, e não por acaso: são facilmente detectadas por equipamentos eletrônicos como radares, que substituem a atuação presencial dos agentes de trânsito e permitem uma fiscalização mais abrangente.
Mas, de acordo com Celso Alves Mariano, especialista e diretor do Portal do Trânsito, mais do que estatísticas, esses números revelam uma preocupante cultura de imprudência.
“Os números do Renainf não mostram tudo. O olho da fiscalização não enxerga todos os abusos, mas mesmo assim o volume de infrações registradas já é suficiente para assustar.”
Para Mariano, a média de 9 mil infrações por hora revela um padrão de comportamento que vai além da falta de atenção: é um reflexo da forma como grande parte dos brasileiros encara o trânsito — como um espaço de pressa e individualismo, e não de convivência e responsabilidade coletiva. “Quando alguém ignora uma regra porque acha que ‘não vai dar nada’, essa mesma pessoa, em outra situação, pode ultrapassar de forma perigosa, forçar a passagem num cruzamento ou correr demais em uma rodovia. O pensamento é o mesmo — e ele é extremamente perigoso.”
As infrações mais cometidas em fevereiro e suas penalidades:
O que está por trás das 9 mil infrações por hora?
- O número vem do total de 6,4 milhões de autuações em fevereiro de 2025 (Renainf).
- As principais infrações são por excesso de velocidade e avanço de sinal vermelho.
- Grande parte das autuações é registrada por radares e câmeras.
- A média não reflete todos os atos inseguros, pois nem toda infração é flagrada.
- A recorrência desses comportamentos revela um problema de cidadania — e não apenas de fiscalização.
Além do impacto direto na segurança viária, o especialista lembra que os efeitos das infrações se estendem para áreas como saúde pública, mobilidade e previdência social:
“Temos vítimas que passam meses em UTI, com sequelas permanentes, que não conseguem mais trabalhar. E muitos só percebem o risco do trânsito depois de um susto real — o que mostra como ainda falta uma educação consistente que desperte a percepção de risco.”
Fonte: Portal do Trânsito | Imagem: man64 para Depositphotos
Deixe um comentário