Muitos motoristas não percebem que estão cansados até que os primeiros sinais da fadiga comecem a aparecer.
Dirigir exige atenção constante e reflexos rápidos, mas muitos motoristas subestimam os efeitos da fadiga ao volante. Especialistas alertam que o cansaço pode comprometer a capacidade de reação e aumentar o risco de acidentes, especialmente em viagens longas ou após um dia exaustivo de trabalho.
Conforme Celso Mariano, especialista e diretor do Portal do Trânsito, dirigir com sono pode ser tão perigoso quanto conduzir sob efeito de álcool.
“A fadiga reduz o tempo de resposta do motorista, prejudica a tomada de decisões e pode levar a momentos de microcochilo, que são extremamente perigosos. Bastam dois ou três segundos de distração para um acidente acontecer”, explica.
Os sinais de alerta da fadiga
Muitos motoristas não percebem que estão cansados até que os primeiros sinais da fadiga comecem a aparecer. Mariano destaca alguns dos principais indícios de que o condutor deve parar e descansar:
- Bocejos frequentes e dificuldade para manter os olhos abertos;
- Piscar lentamente ou visão embaçada;
- Dificuldade para manter a cabeça erguida;
- Falta de concentração e dificuldade para lembrar os últimos quilômetros percorridos;
- Trocas de marcha erradas e dificuldade para manter o carro na faixa correta.
Caso o motorista perceba qualquer um desses sintomas, a recomendação é encostar em um local seguro e descansar antes de continuar a viagem.
Efeitos semelhantes ao do álcool
Pesquisas apontam que um motorista que dirige há mais de 20 horas sem dormir tem reflexos equivalentes ao de alguém com 0,8 g/L de álcool no sangue — o que já configura embriaguez ao volante, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
“O cansaço provoca lapsos de atenção e pode até fazer com que o motorista durma por alguns segundos ao volante, sem perceber. Em uma estrada, a 100 km/h, um veículo pode percorrer mais de 80 metros durante um microcochilo de apenas três segundos. Isso pode ser fatal”, alerta o especialista.
Como evitar a fadiga ao dirigir
Para reduzir os riscos de dirigir cansado, especialistas recomendam algumas medidas preventivas:
- Planeje a viagem: em trajetos longos, programe paradas a cada duas horas para descansar e se alongar;
- Durma bem: antes de pegar a estrada, tenha pelo menos sete horas de sono de qualidade
- Evite dirigir por longos períodos à noite, quando o corpo naturalmente sente mais sono;
- Mantenha o veículo arejado: ambientes muito quentes e sem ventilação aumentam a sonolência;
- Cuidado com estimulantes: café e energéticos podem mascarar o cansaço, mas não eliminam seus efeitos.
Mariano reforça que a prevenção é sempre o melhor caminho. “Muitas pessoas acreditam que estão no controle, mas a fadiga pode agir de forma silenciosa. A melhor decisão é sempre parar, descansar e seguir viagem com segurança”, conclui.
A segurança no trânsito depende de escolhas conscientes. Respeitar os próprios limites e evitar dirigir sob efeito da fadiga são atitudes que protegem não só o condutor, mas também todos ao seu redor.
Fonte: Portal do Transito | Imagem: Terovesalainen para Depositphotos
Deixe um comentário