A proposta envolve a construção de uma rodovia de 36 km partindo do Rodoanel Leste, em Suzano (Grande SP), em direção ao porto de Santos.
A construtora que participou das obras do Rodoanel de São Paulo prepara um novo projeto de PPP (Parceria Público-Privada) com a justificativa de desafogar os acessos ao litoral sul do Estado. A proposta envolve a construção de uma rodovia de 36 km partindo do Rodoanel Leste, em Suzano (Grande SP), em direção ao Porto de Santos.
Com apoio de prefeituras do litoral, o plano concorre com outros em discussão no governo paulista para ampliar, após a retomada da economia nacional, as rotas rumo à Baixada Santista.
A estrada batizada de Via Mar foi projetada pela Contern principalmente por meio de túnel no parque estadual da serra do Mar com a justificativa de causar menos impacto e facilitar as licenças, pois não seria preciso abrir canteiros nem fazer estrada de serviço em toda a área de preservação ambiental.
O projeto prevê um túnel contínuo de 21 km a 23 km, com tecnologia inspirada na do canal da Mancha, entre França e Reino Unido – duas vias interligadas, uma em cada sentido, mas com alguns poços de ventilação.
Cada via teria 16 metros de diâmetro, suficientes para acomodar três faixas de tráfego em cima e uma ferrovia e faixa de dutos embaixo. A ideia é fazer primeiro a estrada, mas deixar espaço para implantar a ferrovia e os dutos numa segunda etapa.
A primeira fase da obra foi estimada entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões, valor superior ao do Rodoanel Norte, último trecho do anel viário, com 44 km e previsão de término entre 2017 e 2018.
Pelo modelo proposto, de PPP, uma empresa deve construir em troca de cobrar pedágio por determinado período.
Plano prevê corredor de cargas menos dependente
O projeto de nova rota de acesso ao litoral prevê viabilizar um novo corredor logístico que reduza a dependência do sistema Anchieta-Imigrantes no transporte de cargas. Também cria opções que reduzam a dependência de caminhões nessa função.
Além da estrada, a proposta inclui plataformas logísticas para organização do transporte ao Porto de Santos, que recebe 12 mil caminhões por dia.
“A carga chega a Santos hoje por uma rodovia projetada em 1943, a Anchieta. Além de ser obsoleto, é um sistema precário porque, quando há um acidente na serra, nossa principal saída de exportação fica inacessível”, afirma Wagner Leite Ferreira, especialista que participou do novo projeto.
Além de cargas, a ferrovia prevista na segunda etapa também poderá abrigar trens de passageiros.
Fonte: Folha de S. Paulo
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